As transformações sofridas pelo sistema financeiro que, aparentemente, dizem respeito apenas a economistas e administradores, na verdade atingem a todos os cidadãos que, de uma forma ou de outra, conseguem ainda poupar.
Às poucas opções de décadas passadas – caderneta de poupança, letras de câmbio, letras imobiliárias e outras menos “votadas”– acrescentaram-se uma série de outras, com numerosos e variados tipos de fundos e seus diferentes graus de risco. Difícil de entender e dificílimo de escolher.
Em razão deste emaranhado de caminhos e trilhas, em regra nos deixamos levar pelas sugestões apresentadas pelos gerentes e funcionários das organizações financeiras de quem somos clientes. Gentis por certo, e honestos quase sempre, não devemos nos esquecer de que não trabalham para nós. Defendem seus empregos como qualquer um e têm metas a cumprir. São vendedores de “produtos” – sim, este é o termo corretamente empregado – que não ficam expostos em prateleiras a fim de que sejam escolhidos pela embalagem ou pelos anúncios veiculados nos meios de comunicação.
Para que nos orientem, somos instados a nos definir como conservadores, moderados ou arrojados. Instantaneamente ficamos em dúvida. Afinal o que sou? Esta pergunta antes feita apenas em consultórios de analistas, agora temos de responder dentro de um banco. E de “bate pronto”, sem qualquer preparação.
O que queremos afinal a não ser preservar nosso dinheiro corroído pela inflação, que já vai alta, mas podendo remunerá-lo um pouco a títulos de juros, se possível for?
Se difícil é a escolha, também é difícil a avaliação. Como fazê-la para sabermos se fomos bem-sucedidos?
A aferição do “custo-benefício” de outros produtos e serviços que adquirimos para consumo é bem mais fácil. A dona de casa sabe das qualidades dos produtos de limpeza que compra, o motorista conhece o custo de manutenção de seu carro, o passageiro experimenta o conforto dos aviões da companhia aérea escolhida, o assinante de uma telefônica comprova a qualidade de seu atendimento etc.
Porém, concluir do acerto da opção exercida na compra dos produtos financeiros é muito difícil para um cidadão comum, leigo no assunto. O que fazer então?
Certamente procurar uma assessoria que inspire confiabilidade, seja ela prestada por funcionários da organização financeira de que se é cliente, ou por profissional independente.
Não obstante este pedido de orientação ser aconselhável, é de todo conveniente que tenhamos alguma familiaridade com o assunto, a fim de que o universo das finanças não nos seja completamente estranho.
A leitura de matérias como as deste livro por certo ajudarão a diminuir este desconhecimento, que pode nos custar muito caro.
Pedro Laudo de Camargo
Advogado
SUMÁRIOPrefácio
Mauro Martins
Apresentação
Pedro Laudo de Camargo
Parte I
Introdução
Capítulo I
Considerações sobre o capitalismo financeiro moderno
Sérgio Carvalho Cunha da Motta
Capítulo II
Jogo de sombras nas operações bancárias: o ponto de vista do cliente cego
Marcos Arzua Barbosa
Capítulo III
Educação de novos investidores
Silvio Paulo Hilgert
Marcos Arzua Barbosa
Parte II
Esfera tributária
Capítulo IV
Gestão tributária da organização financeira de famílias em cenários correntes ou críticos
Eduardo Poggi da Rocha
João Marcos Gomes de Amorim
Parte III
Ferramental
Capítulo V
Estratégias para gestão pessoal de finanças
Sergio Barbosa Villas-Boas
Capítulo VI
Mapeando riscos intangíveis de produtos e serviços financeiros
Filipe Baptista Pires
Marcos Arzua Barbosa
Avaliações
Não há comentários ainda.