O medo do crime no Brasil: Controle social e rebelião

Autor/Organizador: Cristina Rauter
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Estudo sobre o medo do crime a partir de sua visibilidade na sociedade brasileira atual como efeito do funcionamento de um dispositivo de controle social que a autora denomina "dispositivo da criminalização".

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É a partir de seu profundo conhecimento da "psicologia social", em especial do campo da psicologia jurídica, do qual é uma especialista reconhecida, que Cristina Rauter propõe, nesta obra, uma análise aprofundada da questão da violência e de seu tratamento. A originalidade da abordagem diz respeito às ferramentas de natureza filosófica colocadas em ação. Uma filosofia prática é posta em prática. É dessa maneira que os escritos de Maquiavel e Spinoza são convocados a fim de fornecer as ferramentas téoricas principais para uma reflexão sobre a violência que se torna, por sua vez, nova e operatória.

A originalidade essencial da perspectiva de Cristina Rauter reside em sua redefinição da economia particular das relações entre as instituições sociais/políticas e a lógica dos afetos. A fim de analisar o medo-pânico que a criminalidade provoca – um medo que conduz as sociedades e os Estados a soluções essencialmente repressivas que têm efeitos contraprodutivos -, a autora faz uso da teoria spinozista dos afetos e de seus conceitos principais : as afecções corporais, a memória coletiva, o hábito, o costume… Ela analisa, assim, a produção específica de formas de racionalidade sociais e políticas a partir de práticas comuns e da articulação entre as instituições e os afetos. A abordagem de Cristina Rauter se diferencia de toda perspectiva "individualista" e/ou de toda filosofia do sujeito e de seu livre-arbítrio. Bem ao contrário, é do ponto de vista do coletivo e do comum e das leis necessárias dos afetos que atravessam e constituem o corpo social que a questão da violência é colocada. Podemos dizer, com efeito, que, historicamente, os grandes paradigmas das ciências humanas e sociais são constituídos por uma certa exclusão da dimensão afetiva, tanto no que concerne aos métodos científicos quanto ao estatuto dos objetos estudados. É, portanto, uma certa economia neutralizada dos afetos que a empreitada crítica de Cristina Mair Rauter, valendo-se das lições de Maquiavel e Spinoza, permite interrogar hoje, abrindo, dessa maneira, uma alternativa teórica para o estudo da psicologia social e dos fenômenos da violência. Para a autora, trata-se de dar lugar a uma pesquisa nova a partir do princípio da multitudinis potentia: a "potência da mutidão" (conceito maior do Tratado Político de Spinoza), rejeitando as dicotomias habituais da psicologia social e da filosofia política entre "povo" e "multidão", "liberdade" e "necessidade", "indivíduo" e "comunidade", "alma" e "corpo", tendo como objetivo a reformulação prática de uma vida comum verdadeiramente democrática.

Laurent Bove
Professor emérito da Universidade de ­Picardie Jules Verne de Amiens, França.
Junho de 2015

SUMÁRIO

Prefácio
Vera Malaguti Batista

I Introdução.O dispositivo da criminalização e a despotencialização do coletivo

II Das engrenagens carcerárias à democracia da multidão

2.1 A solução prisional brasileira

2.2 Um povo de mudos e manetas

2.3 O simples e o complexo

2.4 A repulsa, o asco e o medo

III O medo e a vida coletiva na filosofia de Spinoza

3.1 Submissões alegres e tristes

3.2 Não há um grau zero de potência

3.3 Pensar e agir: é possível ultrapassar o medo e a submissão alegre?

3.4 A transitoriedade do medo: "barata pode ser um barato total"

3.5 A fraqueza do dispositivo da criminalização: o rei está nu

IV O comodismo contemporâneo e as múltiplas dependências

V Considerações finais. Outras razões para se ter medo

Referências

Peso 0,166 kg
Dimensões 0,6 × 14,0 × 21,0 cm
Idioma

Ano

2017

Edição

1

ISBN

978-85-7650-547-1

Páginas

120

Versão

,

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