Eloisa Nogueira Aguiar em O Canto dos Abismos – a adolescência de Álvares de Azevedo estuda a vida e a obra deste poeta romântico para ilustrar esse momento crítico de passagem à vida adulta. Apesar de Álvares ter vivido sua adolescência durante o século XIX, algumas situações existenciais ainda são vivenciadas pelos jovens da atualidade, principalmente no que diz respeito à forma como assimilam a relação de seus pais, a qual é a base do impulso à vida, ao amor do outro e a si próprio.
A partir de sua experiência como professora de literatura e psicóloga clínica, Eloisa apresenta a crise da adolescência como paradigma de todas as crises de identidade. E também da poética, principalmente a romântica, já que é esta a responsável por apresentar uma visão adolescente do mundo. "Apenas os jovens e os românticos entendem o ondejar vago dos afetos…".
Neste livro, a autora usa a exemplaridade dos adolescentes, uma vez que só eles conseguem, com naturalidade, fazer caricatura de nossa contemporaneidade – no impasse entre o Ser e o não-Ser, esses jovens conseguem desnudar nosso teatro cotidiano, nossos valores, hábitos, a fragilidade de nossas crenças, atitudes e sentimentos, como outsiders que são. O adolescer introduz um apelo ao des-velamento do Ser, etapa, portanto, imprescindível a qualquer psicólogo que queira saber operar minimamente com os elementos básicos de sua profissão e linha de trabalho. Pensar a adolescência abre toda uma constelação temática capaz de fundar novos diálogos, como o proposto neste trabalho através desse intercâmbio entre literatura e psicologia. .
SUMÁRIO
Avaliações
Não há comentários ainda.