Irmãs de fé: Tradição e turismo no Recôncavo Baiano

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Este trabalho é uma contribuição singular para o conhecimento do Recôncavo, mais precisamente Cachoeira e, em especial, a Irmandade da Boa Morte.

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O trabalho de Armando Castro é uma contribuição singular entre tantas outras que vêm colaborando para o conhecimento do Recôncavo, mais precisamente Cachoeira, e em especial no que diz respeito à Irmandade da Boa Morte. Não se trata apenas de apresentar o valor inestimável da presença das Irmãs em Cachoeira, a conferir à cidade um toque ao mesmo tempo discreto e relevante. Toque de tradição e, ao mesmo tempo, de contemporaneidade. Sim, porque o mérito principal da pesquisa de Armando Castro me parece ser justamente articular os conteúdos tradicionais próprios da Irmandade, ou a ela associados, e os múltiplos mecanismos de interação que poderíamos chamar, aqui, de turistização.

Ao contrário do que se poderia pensar, descuidadamente, a indústria do turismo não é a simples abertura das portas de uma cidade ou região à visitação de diletantes. O turismo requer planejamento, tanto no âmbito dos poderes públicos como no âmbito da empresa privada. A hotelaria, a publicidade, a malha de transportes, a conexão entre as práticas profissionais locais e outras situadas em outros sítios, tudo isto se apresenta, cada vez mais, como uma complexa e intrincada equação que não pode alcançar êxito sem a preparação cuidadosa de tudo; numa palavra, o profissionalismo.

A tradição requer, para ser compreendida e admirada, uma postura respeitosa e inteligente dos diversos agentes no universo do turismo. Trata-se de um desafio. E este desafio foi encarado pelo autor da pesquisa que segue num esforço de se somar a quantos outros procuram contribuir para uma compreensão do processo de turistização que, ao invés de opor tradição e contemporaneidade como dois “lados” distantes do quadro social, prefere tratá-los como pólos cheios de energias tentadoras numa mesma dinâmica.

Tenho a impressão de que, mais que ninguém, é o visitante ou o turista quem melhor poderá aproveitar deste trabalho. A partir da produção crescente sobre o turismo na Bahia, desde os folhetos e prospectos de qualidade artística às pesquisas acadêmicas, poderemos ver visitantes mais curiosos e satisfeitos, a querer desvendar os mistérios deste mundo que é o Recôncavo Baiano.

 

Milton Moura

SUMÁRIO

  • Prefácio
  • Introdução
  • 1. A Cidade
  • 1.1. A Situação Geográfica
  • 1.2. Breve Histórico
  • 1.3. Quadro Socioeconômico
  • 2. Memória, Tradição e Legado Cultural
  • 2.1. Irmandade e Memória
  • 2.2. Irmandade e Tradição
  • 2.3. Irmandade e Legado Cultural
  • 3. A Intervenção
  • 3.1. A Intervenção Governamental
  • 3.2. A Comunidade
  • 3.3. Artistas e Governantes
  • 4. A Turistização
  • 4.1. O Turismo e a Irmandade da Boa Morte
  • 4.2. O Perfil Socioeconômico do Turista da Festa da Boa Morte
  • 4.3. Uma Tipologia do Turista da Festa da Boa Morte
  • Considerações Finais
  • Referências Bibliográficas
  • Tomo da cuia de esmoler
  • Peso 0,22 kg
    Dimensões 0,8 × 14,0 × 21,0 cm
    Idioma

    Ano

    2006

    Edição

    1

    ISBN

    85-76500-78-7

    Páginas

    160

    Versão

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