O livro que o leitor tem em mãos nasce de uma dissertação de mestrado, posteriormente reescrita para esta edição, coroando um trabalho de pesquisa que teve início no curso de graduação em História. Portanto, trata-se de uma investigação já de alguns anos e cujos resultados são significativos. Mais ainda: sua existência revela a importância dos programas de Iniciação Científica na formação das novas gerações de pesquisadores brasileiros.
Através de um diálogo constante entre a bibliografia e as fontes documentais, Alisson Eugênio reafirma os achados de outros estudos, mostrando que as Irmandades coloniais foram importantes espaços de reconstrução da vida social da população escrava e de seus descendentes. Na sociedade escravista, tal instituição propiciou autonomia para os dominados construírem um novo mundo cultural, que mesclava tradições culturais com afinidades entre si.
Não contente em reafirmar tal perspectiva, através de um balizado estudo empírico, o pesquisador avança em outras direções, descortinando o vínculo entre o tema em questão e a história do trabalho, da política, da festa, da música, da morte e das práticas alimentares. Vislumbra-se, nessa pesquisa, o esboço de uma análise da Irmandade colonial como um fato social total; uma instituição que simultaneamente apresentava conexões com o econômico, o político e o imaginário coletivo.
Dessa forma, Alisson Eugênio apresenta ao leitor sua ata de batismo de historiador e pesquisador da sociedade colonial.
Renato Venâncio
Universidade Federal de Ouro Preto
Avaliações
Não há comentários ainda.