Embora reconhecidas como instituições de grande relevância na sociedade colonial por historiadores como Caio Prado Junior, Raymundo Faoro e Nelson Werneck Sodré, a bibliografia dedicada às organizações militares do Brasil colonial é quase inexistente.
Esse livro visa contribuir para uma melhor compreensão dos Corpos de Auxiliares e de Ordenanças, apresentando o funcionamento desses grupamentos nas Capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais na segunda metade do século XVIII, quando estas constituíam o centro político-administrativo-militar do Império Português na América. Sob o comando do vice-rei, as três capitanias formaram um conjunto que atuava em intensa articulação militar para a defesa das regiões ao extremo sul do Estado do Brasil, com ampla participação dos Auxiliares e Ordenanças.
Delegar a defesa militar aos próprios habitantes representava um aumento significativo do tamanho da força militar mobilizável e era considerado um fator de extrema relevância, realçado no texto das Instruções Militares emitidas pela Coroa naquele período. A importância dos Corpos de Auxiliares e de Ordenanças transformou-os em centros de poder local, que se constituíram em uma via privilegiada de contato entre o poder central e as comunidades locais. A autora valoriza as relações entre esses entes assimétricos, mantendo em perspectiva que é a relação de interdependência que completa o sentido e o significado dos dois níveis de poder, central e local.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Parte I
CAPÍTULO 1 – Apresentação das Forças
1.1. A Reordenação Militar: A Lei das Armas
1.2. A Reordenação Militar: O Regimento das Ordenanças
1.3. A Provisão das Ordenanças
1.4. As Tropas de Auxiliares
CAPÍTULO 2 – Os Corpos de Auxiliares e de Ordenanças na segunda metade do século XVIII
1. 2.1. As Concepções Corporativa e Voluntarista
2.2. A Centralização: As Câmaras e as Elites Locais
2.3. A disputa pelos principais e mais distintos moradores
2.4. Os Lugares dos Corpos de Auxiliares e Ordenanças
2.5. A Pedagogia militar
2.6. A Dinâmica das Relações
Parte II
CAPÍTULO 3 – A Importância e a Vulnerabilidade da Cidade do Rio de Janeiro: A Colônia do Sacramento e o Ouro das Minas
3.1. A Cidade do Rio de Janeiro e a Fundação da Colônia do Sacramento
3.2. A Defesa da Praça do Rio de Janeiro: As Invasões Francesas e a Paz de Utrecht
3.3. Gomes Freire de Andrade a Estratégia político-militar
3.4. O Tratado de Santo Ildefonso: A perda da Colônia do Sacramento e o Território português ao Sul da América
CAPÍTULO 4 – 1763: O Vice-Reino
4.1. A Política de intensa militarização: A reordenação do social
4.2. As Principais Forças de defesa da América portuguesa
4.3. Os povos do Sertão
CAPÍTULO 5 – As Debilidades e as Adaptações do Poder Central
5.1. As Recorrentes Carências Militares e a Presença dos Negociantes
5.2. O Recurso às Estratégias Locais
5.3. As prescrições centralizadoras e o recrutamento militar
5.4. O Confronto com as Estratégias locais
5.5. O Jogo das Negociações e o Recrutamento Militar
CAPÍTULO 6 – A Capitania de Minas e a Dinâmica do Bem Comum
6.1. A Arregimentação militar e seus vários alvos
6.2. A Cooperação militar condicionada
6.3. O Ouro e os Domínios
6.4. As Tropas de Minas Gerais: o Sul e o Rio de Janeiro
6.5. O Desassossego das Minas
ÚLTIMAS PALAVRAS…
FONTES E BIBLIOGRAFIA
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