A roda deste livro gira em torno da passagem de Manuel Bergström Lourenço Filho pelo Estado do Ceará, entre 1922 e 1923. De início, o professor paulista leciona na Escola Normal Pedro II, Fortaleza; logo é designado diretor-geral da Instrução Pública e, à frente desse cargo, executa a reforma do ensino. No entrefazer dos trabalhos, o reformador percorre o alto sertão cearense; passo seguinte, defronta-se com o Padre Cícero Romão Batista, na cidade de Juazeiro, para ele um Brasil a descobrir. Para esse intelectual, que, ao lado de outros, atuou na constituição e institucionalização do sentido moderno de educação, isto é, domínio de conhecimento aplicado, a experiência em terras por ele desconhecidas foi, no sentido clássico da expressão, uma "viagem de formação", a qual, note-se, seria decisiva na assunção de sua identidade pessoal de intérprete da República iletrada; com efeito, para além dos contatos meramente protocolares, a passagem pelo Ceará levará Bergström Lourenço Filho a apreender mais agudamente o ser inteiriço da formação social brasileira.
SUMÁRIONota introdutória
Capítulo I. Um começo entre outros possíveis
O convívio político e intelectual
Sob a bandeira do nacionalismo político
Trazer os desvãos para a história e a geografia
Capítulo II. Na terra do sol e da luz
No magistério da Escola Normal Pedro II
Na diretoria-geral da Instrução, a reforma e seus feitos
O cadastro escolar
Capítulo III. Majestoso e rude, o efeito dos sertões
Refluxo para o passado
Letra a letra, o escritor encontra seu livro
Capítulo IV. Entreatos
Inextrincável geografia de tipos humanos
Teatralizando a guerra
Falsos condutores, falsas ideias: um país assimétrico e injusto
Referências
Apêndice
A primeira recepção
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