De rodas, varejeiras e outros jeitos de aprender e ensinar

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Existem alternativas válidas e diferentes do modelo único escolarizado de ensinar e aprender? Os textos coligidos na presente coletânea orbitam em torno dessa questão.

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Desde o seu surgimento, por volta do século XII, até os dias de hoje, a instituição escolar desenvolveu e aperfeiçoou um modo particular de ensinar e aprender. Como não poderia deixar de ser, esse desenrolar histórico fez-se acompanhar de críticas contumazes, entre elas, para citar apenas algumas, as de Montaigne, Jacotot e outras mais recentes de Ivan Illich, em várias de suas obras. Este último autor denunciou a formação de um monopólio radical do que cunhou como modo escolarizado de ensinar-aprender, disseminando-se na sociedade o entendimento de que é válido e legítimo somente o saber ­adquirido no âmbito de uma instituição escolar.

Esse entendimento enraizou-se profundamente em nossa sociedade a ponto de tornar marginais quaisquer outras formas de realização do processo de ensino-aprendizagem. Ele cegou-nos e tornou-nos incapazes de pensar o quão pífios são os resultados desse modelo único que adotamos diante da magnitude do investimento econômico realizado para sua perpetuação. Há, por certo, um reconhecimento tácito da ineficiência desse sistema, reconhecimento esse que se revela, indubitavelmente, na sofisticação crescente e contínua dos métodos de avaliação de sua eficiência e eficácia. Contudo, quanto mais se avalia e quanto mais sofisticadas as formas de avaliação, mais se revela a falência. Apesar de ser assim, insistimos no modelo único e na padronização crescente do ensinar e do aprender.

Estamos cegos. Recusamo-nos a perceber que há infinitas formas válidas, eficientes e eficazes de promover a aprendizagem. Na verdade, trata-se apenas de reconhecer o enorme poder de criação do homem para perpetuar suas conquistas e tradições. Trata-se apenas de reconhecer que a busca da padronização aniquila o nosso poder de criação para transmitir por meio de práticas educativas o nosso legado às futuras gerações.

Existem alternativas válidas e diferentes do modelo único escolarizado de ensinar e aprender? Os textos coligidos na presente coletânea orbitam em torno dessa questão. Trata-se, propriamente, não de focalizar a crítica ao modo escolar instituído há tantos séculos. O que se pretende, na verdade, é fazer a apologia da diversificação e defender o rompimento com o modelo único de ensinar e aprender. Acreditamos que o poder de criação do homem, no campo da educação, é bem maior do que ele próprio reconhece.

Os organizadores

SUMÁRIO

Apresentação

Canto popular rural brasileiro: aprender e ensinar além dos muros da escola
As comunidades visitadas
Canto popular rural brasileiro
Alguns modos de ensinar-aprender o canto popular rural
Referências

Ninguém aprende choro na escola
Referências

A escola entra na roda
Referências

Anísio Teixeira e Martin Buber: diálogos da Escola de Pesca de Piúma
A Escola de Pesca de Piúma
Teixeira e Buber dialogam
Protagonistas da Escola de Pesca de Piúma dialogam com Teixeira e Buber
Referências

Bases psicológicas da atividade musical: implicações para a educação musical
O sistema musilinguístico: origens comuns da fala e da expressão musical
Bases psicológicas das estruturas musicais: a experiência estética
A peculiaridade da vivência musical
A educação musical
Referências

As ideias pedagógicas da Rússia pós-revolucionária e as ideias dos pioneiros da Educação Nova no Brasil
A formação do homem novo: ideia comum em países diferentes
Os principais atores do pensamento pedagógico soviético e os idealizadores da Educação Nova
Os pioneiros da Educação Nova
Conclusão
Referências

Políticas públicas de educação especial no Brasil: inclusivas ou excludentes?
Referências

A importância do resgate de saberes populares no ensino de ciências
Métodos de conservação de alimentos
A fabricação de geleia de morango
A fabricação de geleia de mocotó
Concluindo
Referências

Educação matemática na sociedade digital
Sociedade da informática: cultura digital
A escola
Educação matemática
Referências

Peso 0,18 kg
Dimensões 0,7 × 14,0 × 21,0 cm
Idioma

Ano

2016

Edição

1

ISBN

978-85-7650-512-9

Páginas

134

Versão

,

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