Daqui desse lugar: 100 artigos sobre Jornalismo, Política e Pertencimento

Autor/Organizador: Vitor Menezes
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Os textos reunidos neste livro são frutos de uma prática jornalística de posicionamento em relação à realidade. Negando a chamada teoria do espelho – onde o jornalismo apenas refletiria o real – o articulista assume a sua potencial interferência na vida p

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Há muitas formas de entender o papel do jornalismo e dos jornalistas. Instituição que de modo mais abrangente se associa à missão de informar a sociedade com pretensa imparcialidade, o jornalismo também tem raízes profundas no exercício da política e da opinião.

No caso brasileiro, a imprensa nasce com este espírito, herdado da Revolução Francesa, onde o jornal é um espaço público de combate. Jornal que tem alma é jornal que tem posicionamento em relação à vida em sociedade.

O primeiro jornal do País, o Correio Braziliense, fundado em 1808, pode ser tomado como um genuíno representante do gênero. Editado em Londres, informava o que se passava no Brasil, mas combatia e opinava com a pena vigorosa de Hipólito José da Costa.

Frei Caneca, um padroeiro não canonizado dos jornalistas brasileiros, também foi um combatente que usava a escrita como arma. No seu jornal Tifís Pernambuco, que durou apenas 28 edições, defendeu a causa republicana e acabou condenado à morte em 1825, sentença executada por um pelotão de fuzilamento.

Mesmo nos jornais contemporâneos, onde, na maioria dos casos, a postura editorial busca se associar a valores como pluralidade e independência, o fato é que é nítida a presença de uma determinada visão ideológica a conduzir o noticiário aparentemente isento. Ou, de modo mais explícito, a opinião está presente e é ansiosamente consumida pelos leitores nos editoriais, artigos e colunas.

Informar e opinar são, portanto, práticas indissociáveis no jornalismo. E muitos jornalistas se encantam com a profissão justamente pela possibilidade que ela oferece de interferir no debate público da sua cidade, da sua região ou do seu País.

Este é o caso dos textos reunidos neste livro. Eles são frutos de uma prática jornalística de posicionamento em relação à realidade. Negando a chamada teoria do espelho – onde o jornalismo apenas refletiria o real – o articulista assume a sua potencial interferência na vida pública e acaba por oferecer um registro opinativo sobre uma época.

Aqui organizados em ordem cronológica decrescente, estes 100 textos foram publicados nos jornais fluminenses A Cidade, Folha da Manhã, Jornal do Brasil e Monitor Campista, e nos sites Observatório da Imprensa e Ombudsman e o Leitor, entre 1999 e 2007. A seleção dos artigos teve como critério a possível atualidade opinativa, ainda que, em alguns casos, o elemento que sustenta a opinião tenha sido um fato que se perdeu no passado e, portanto, não mais se caracteriza como notícia.

A divisão em três partes – jornalismo, política e pertencimento – organiza preferências temáticas, com ênfase significativa no terceiro momento. Pertencimento foi o termo encontrado para definir o envolvimento com uma determinada visão de mundo, uma espécie de pertencer simbólico, que norteia as opiniões que vão do local ao global.

A idéia de “cidade” desempenha, aqui, um papel muito acentuado. E esta cidade chama-se Campos dos Goytacazes (RJ). É desse lugar geográfico e simbólico que o autor parte para opinar, observar, registrar. Mas poderia ser de qualquer outro. Inclusive aquele do leitor não campista. Assim como acontece com as pessoas, a identidade das cidades se constrói também na relação com as outras.

SUMÁRIO

  • Apresentação
  • Parte I. Jornalismo

  • Os heróis do jornalismo
  • Não faço a mínima idéia
  • Censurar é inútil
  • Sessenta anos de polêmica
  • Quem tem medo da TV Pública?
  • Uma luz no fim do mundo
  • A vitalidade do rádio
  • A crise do jornalismo
  • Democratizaram a espera
  • A mídia precisa falar da mídia
  • Uma história privada
  • Overdose de Copa
  • O que Garotinho quer?
  • Quem lê tanta notícia?
  • Carnaval, mídia e um debate perdido
  • Na redação era moleza
  • É proibido morrer
  • Jornalismo em reinvenção II
  • Jornalismo em reinvenção I
  • O jornal vai acabar?
  • Divirta-me, ou te ignoro
  • A fina flor da nossa imprensa
  • Escândalo no Planalto Central
  • Os devotos de Santa Clara
  • Jornalistas apressados e cientistas prolixos
  • Última edição
  • Qualquer um é jornalista em Campos
  • Imprensa e desenvolvimento regional
  • Qualidade também para o interior
  • Parte II. Política

  • A foto diz tudo
  • Um pouco de história
  • Sugestões para um Manual do Prefeito
  • Meus heróis do momento
  • Os três companheiros
  • Somos farinha do mesmo saco
  • Os outros
  • Tribunos não fazem falta
  • Será que o sonho é possível?
  • Cidadania virou grife
  • Amadurecimento democrático
  • O Estado brasileiro ao vivo
  • Opção pela força
  • Garotinho, um político de virtù
  • Parte III. Pertencimento

  • Faça a coisa errada
  • Desmantelo grande
  • Límpido, puro, transparente
  • Permanências aristocráticas
  • Ponte Rosinha é caso de MP
  • O fosso do Brasil
  • Duas cidades
  • Os temas chatos e necessários
  • Uma crônica de presente
  • Uma paz precária
  • Semáforo vip é a cara de Campos
  • O Açu é a nossa Javé
  • Qualquer hora dessas
  • Pobres povos de cidades ricas
  • Nada muda na virada
  • O Natal está longe
  • Ensino a distância. Ensino?
  • Estratégias de sobrevivência
  • Rock é coisa de velho
  • O ofício de criar gente
  • Isso é o que somos?
  • Alguém precisa ficar
  • Ponte do poeta
  • O Rio de Janeiro não existe
  • Cidade dos gafanhotos
  • Cidades inviáveis
  • Conheci Osório Peixoto
  • Movimento dos Sem TV de Plasma
  • Xeroquem este artigo!
  • Campos não Ford, nem Saint-Simon
  • A menina dos bilhetes azuis
  • O tempestuoso inimigo do Marquês
  • A carteira é o último reduto de intimidade
  • Aqueles passos lentos
  • O desconforto do trabalho
  • Escrever para ninguém
  • Campos merece ter mais livrarias
  • Um milhão de amigos
  • Nada a declarar
  • Vamos misturar doces com palavras?
  • O Norte Fluminense existe?
  • Um detergente, dois sacos de farinha e um Ulisses
  • Adoro feriados
  • Chamem um campistianista
  • Alunos de comunicação
  • Para alguém que acaba de chegar
  • Os padres que se danem com o celibato
  • A cidade do grande teatro
  • A Sociedade das Bromélias
  • O cronista é um fingidor
  • Os melhores tormentos
  • Caro leitor, quem é você?
  • Campos vai ser capital do quê?
  • Um belo texto sobre o nada
  • Um emprego para Daniel
  • Quando o privado era público
  • Cordial, cordato ou covarde?
  • Peso 0,2 kg
    Dimensões 0,9 × 14,0 × 21,0 cm
    Idioma

    Ano

    2007

    Edição

    1

    ISBN

    978-85-7650-130-5

    Páginas

    174

    Versão

    ,

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