Este livro é fruto da parceria entre o Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento e o Banco do Nordeste, que levou ao apoio a projetos de pesquisa na área de desenvolvimento político, econômico e social, através de dois editais de seleção em 2010 e 2012. O Comitê Científico do Centro Celso Furtado foi responsável pela seleção dos projetos, acompanhamento das pesquisas e a avaliação final, e teve a participação de pesquisadores nas diversas áreas de Economia e Sociologia, como Antônio Carlos Macedo e Silva (Macroeconomia e Economia Internacional), Carlos Aguiar de Medeiros (Desenvolvimento Econômico e Inserção Internacional), Carlos Antônio Brandão (Economia Regional e Urbana), Carlos Pinkusfeld Monteiro Bastos (Economia Brasileira), Carmem Aparecida do Valle Costa Feijó (Macroeconomia Pós-Keynesiana), Franklin Leon Peres Serrano (Economia da Indústria e da Tecnologia), Inez Silvia Batista Castro (Desenvolvimento Regional e Internacional), Ricardo Emmanuel Ismael de Carvalho (Ciência Política).
Desta forma, foram oito pesquisas escolhidas, distribuídas em quatro grandes temas: novas interpretações desenvolvimentistas; reinserção internacional da economia brasileira; investimento em infraestrutura, distribuição de renda e desenvolvimento – experiências recentes e os desafios do Nordeste e o desenvolvimento como redutor da heterogeneidade estrutural e regional.
Tendo em vista as linhas de pesquisas, metade destes artigos apresentou corte regional enquanto a outra parte alicerçou-se na economia nacional como um todo.
Desta maneira, a primeira parte deste livro envolve os artigos de enfoque regional, destacando-se o desempenho da região Nordeste. É sabido que desequilíbrios espaciais podem ser uma ameaça à própria unidade federativa e, neste sentido, a pesquisa sobre desenvolvimento que incorpora os espaços subnacionais é muito bem-vinda. De fato, a natureza das políticas de desenvolvimento regional deve ser compreendida como uma dimensão fundamental da agenda nacional.
O enfoque no Nordeste se justifica por fatores multidimensionais do desenvolvimento, mas apenas para realçar um deles, vale mencionar o aspecto social. No último censo, a população nordestina ultrapassou os 53 milhões. Deste total, 9,6 milhões estavam em situação de extrema pobreza, o que corresponde a 59,1% da população extremamente pobre do País. O contraste com a situação social de regiões mais ricas, como o Sul e Sudeste, pode ser explicitado quando se compara o percentual de habitantes em situação de extrema pobreza (2,6% e 3,4%, respectivamente) com o mesmo percentual no Nordeste (18,10%).
Logo, a análise do papel redistributivo do Estado torna-se crucial para a busca de maior equidade social e de redução da pobreza. Assim, o artigo “A desigualdade social nas metrópoles de Salvador, Recife e Fortaleza”, de Josiane Fachini Favo abre esta publicação. A autora analisa, a partir de dados da PNAD, no período de 1981 a 2008, as disparidades sociais nestas três metrópoles. O trabalho parte dos determinantes estruturais da desigualdade como concentração da propriedade rural, estrutura do mercado de trabalho e a natureza das políticas sociais nacionais e políticas de desenvolvimento regionais.
Inez Silvia Batista Castro
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