Alberto Luiz Coimbra
Alberto Luiz Galvão Coimbra nasceu no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, em 1923. Integra o grupo de nacionalistas brasileiros que, com talento e espírito crítico, deram importante contribuição ao país.
Químico industrial formado pela Escola Nacional de Química, da então Universidade do Brasil, hoje UFRJ, Coimbra tomou gosto pela Matemática na universidade, o que o conduziu à graduação em Engenharia Química e, posteriormente, em 1947, ao mestrado na Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos. Dar continuidade aos estudos após completar a graduação era uma raridade no Brasil da época.
Coimbra retornou ao Rio de Janeiro, em 1953, como docente do Instituto de Química da Universidade do Brasil. Inspirado na estrutura universitária americana, na qual professores e alunos se dedicavam integralmente à academia, passou a defender com vigor novo modelo de ensino para a universidade brasileira. Numa época em que ser professor universitário no Brasil era só atividade extra, Coimbra sonhava com um sistema que combinasse ensino e pesquisa, com professores bem remunerados, trabalhando em regime de tempo integral e dedicação exclusiva.
Baseado nesses princípios, propôs a criação de um curso de pós-graduação em que fosse praticado o que chamava de “ciência da engenharia”. A iniciativa, considerada utópica por muitos, teve apoio de Athos da Silveira Ramos, diretor do Instituto de Química, que aceitou incluir o curso em seu organograma.
E foi assim que Coimbra instituiu um modelo de pós-graduação absolutamente inovador no Brasil. Em 1963, inaugurou o primeiro curso de mestrado em Engenharia Química do país, que começou a funcionar em duas pequenas salas do campus da Praia Vermelha e se expandiu para dar origem ao maior centro de ensino e pesquisa de engenharia da América Latina: a Coppe.
Alberto Luiz Coimbra sempre foi um professor interessado no aprimoramento de seus alunos, sem lançar mão de fórmulas prontas nem de manuais. Não se contentava em ver os estudantes repetindo apenas o que lhes era ensinado em aulas anotadas ou conhecimentos passados por livros didáticos. Ele acreditava que o Brasil só conquistaria autonomia quando a indústria pudesse contar com tecnologia nacional. E para isso era preciso investir na formação de engenheiros capazes de produzir ciência e tecnologia, e não apenas aplicar soluções e conhecimentos importados.
Coimbra permaneceu à frente da direção da Coppe até 1973, quando foi afastado no auge da ditadura militar. Em 1981, recebeu o Prêmio Anísio Teixeira, do Ministério da Educação. Dois anos depois, aos 60 anos, voltava à Coppe. Foi homenageado pelos colegas com o cargo de coordenador do Programa de Engenharia Química, o primeiro curso da Coppe, no qual permaneceu como pesquisador até se aposentar, em 1993.
Em 1995, a instituição que sonhou e construiu deu-lhe um dos maiores reconhecimentos que se pode receber em vida: passou a se chamar Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia. No entanto, manteve-se a sigla que ele havia escolhido há 30 anos: Coppe.
- Homem