O Jornalismo vive um momento paradoxal. Nunca a atividade teve tanta visibilidade nem conteúdos jornalísticos circularam com tamanha intensidade como nesta fase de consolidação da internet e explosão das mídias sociais. Jamais, no entanto, houve tantos desafios à institucionalidade da profissão de jornalista, com a supressão da exigência do diploma e a precarização crescente das relações de trabalho nas redações.

Vivemos um período incomum, em que a mídia de referência parece perder fôlego, embora diligentes investigações jornalísticas ainda sejam capazes de apear do poder altos funcionários da República; em que emergem meios alternativos que disputam audiência, embora numa luta desigual, com os portais da grande imprensa; em que, em suma, os jornalistas têm demonstrado grande incerteza sobre sua condição de mediadores sociais.

Neste cenário de transição, a presente coletânea reúne reflexões e resultados de pesquisas apresentados em conferências, artigos e relatos de experiência, durante o 5º Encontro Rio-Espírito Santo de Professores de Jornalismo, na Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCS/UERJ). O evento, realizado pelo Departamento de Jornalismo e pelo curso de especialização em Jornalismo Cultural (JorCult) da FCS/UERJ, em parceria com o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), mobilizou docentes, alunos e profissionais interessados no futuro da profissão.

Esperamos que os textos aqui reunidos ajudem a dinamizar as discussões sobre os horizontes do Jornalismo, na graduação e na pós-graduação, estabelecendo pontes entre academia e mercado de trabalho, propiciando uma perspectiva crítica da realidade profissional e ajudando a redefinir o papel do jornalista.

Marcelo Kischinhevsky, Fabio Mario Iorio e João Pedro Dias Vieira 

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