A partir de uma perspectiva inovadora e interdisciplinar – e uma sensibilidade quase etnográfica – e tendo como principais referências teórico-metodológicas a obra de autores como Maffesoli, Arendt, Lash, Habermas, Hall e Sennett, a socióloga Cíntia Fernandes realiza um profícuo e cuidadoso trabalho ao analisar as redes socioculturais que gravitam em torno do Movimento de Intercâmbio Artístico Cultural pela Cidadania (MIAC), na cidade de Salvador. Na detalhada pesquisa que organizou, a autora pode constatar que o agenciamento de manifestações artísticas amplia as possibilidades de comunidades carentes se estruturarem em movimentos que ganham visibilidade e uma dimensão política na ocupação criativa dos espaços urbanos. De certa forma, poder-se-ia afirmar que, através do MIAC, esses atores sociais não só vêm “lutando” e “conquistando” seu direito à cidade, mas também estão procurando superar a sua condição de socialmente excluídos.
Este livro é recomendado aos leitores que desconfiam das interpretações que geram percepções monolíticas da realidade social brasileira. Esta publicação é dirigida aos interessados em se aprofundar na complexa dinâmica e trama da vida social, mesmo que para isso seja necessário colocar em xeque conceitos profundamente estabelecidos.
Micael Herschmann
SUMÁRIO
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1. COMUNICAÇÃO, COMUNIDADE E SOCIABILIDADE
1.1 De onde falamos?
1.2 A teoria discursiva e o conceito de ação comunicativa
1.3 A teoria reflexiva e o conceito de comunidade reflexiva
1.4 A inteligência coletiva e o conceito de cibercultura
CAPÍTULO 2. ENTRE A RAZÃO INSTRUMENTAL E A RAZÃO SENSÍVEL
2.1 A fenomenologia maffesoliana como ferramenta de compreensão e reflexão sobre a vida cotidiana
2.2 Potência ou puissance: a criatividade social
2.3 O conceito de potência estético-comunicativa
CAPÍTULO 3. A COMUNIDADE MIAQUEIRA
3.1 A cidade de Salvador como a representação da diversidade sociocultural brasileira
3.2 Primeiro momento: CRIA e “a nova cria”
3.3 Segundo momento: o MIAC pulsa em Salvador
3.4 Terceiro momento: as microrregiões entram em cena
3.5 O III Seminário MIAC
3.6 O IV Festival MIAC: o maior evento de arte-educação já registrado no País
3.7 Estrutura de Organização do MIAC
CAPÍTULO 4. REDE MIAC: ENTRELAÇAMENTO E COMPLEMENTARIDADE
4.1 Redes: abordagens possíveis
4.2 Rede: entrelaçamento do concreto, do imaginário e do simbólico
4.3 A comunicação Nagô
4.4 A ambivalência comunicacional
4.5 Desmitificar para democratizar: a Internet entra em cena
4.6 Rede MIAC: rede de redes
CAPÍTULO 5. EDUCAÇÃO, ARTE E CIDADANIA NO COTIDIANO DO MIAC
5.1 A arte na educação
5.2 Educação e cidadania: o resgate histórico como elemento de transmutação social
5.3 A arte como instrumento político-pedagógico
5.4 As formações do MIAC
5.5 O protagonismo das tribos
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
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